Com os pés no chão

Foi em Granada que percebi...

Cidade mágica que vibra e ri, que fica cheia de gente e que toda a gente se parece estrangeira. Mas o feitiço, algo de cigano que carregam na pele, cheiro apimentado que desperta os sentidos. Não tanto do que é ser nómada, mas sim no que é estar ligado a este mundo. E não aos prédios, aos carros e à gente, mas ao chão que piso, às plantas que brotam de pequenos pedaços de terra desenhados entre a calçada bruta, ao calor que se faz sentir... Tirar os pés da borracha que os distancia da terra que vibra mesmo aqui diante de nós. Podemos senti-la, vê-la, tocar-la... e tanto parece que nunca queremos ouvir a sua respiração, tanto me parece que vivemos ausentes.

A Natureza não é como um dogma longínquo que se acredita sem se ver, é real, é verdadeiro, é vivo! O que nos torna todos iguais, frutos do mesmo principio, resultado da mesma evolução. E que progresso trazemos dentro de nós que perdemos tudo o que era realmente verdadeiro. Que desenvolvimento nos faz ser sujeitos de qualquer preconceito e discriminação. Vemos... Reagiamos com sete barreiras de normas e comportamentos que achamos estarem correctos. Somos os normais, aliados a regras e situações repetidas que nos fazem iguais.


Descalça-te e sente a terra que respira debaixo dos teus pés...